Gestão de riscos cibernéticos: 5 passos para reduzir riscos

Sua empresa tem feito uma boa gestão de riscos cibernéticos? Segundo a pesquisa Global Digital Trust Insights 2025 , mesmo diante de maior conscientização sobre os desafios, ainda existem vulnerabilidades importantes. Além disso, a pesquisa aponta um cenário de crescimento nos ataques cibernéticos contra empresas ao redor do mundo.

Ainda de acordo com a pesquisa, 32% dos executivos brasileiros afirmam que a violação de dados mais prejudicial dos últimos três anos custou à sua organização pelo menos US$ 1 milhão. Enquanto no mundo, 27% dos executivos entrevistados relatam o mesmo custo.

O que revela que os executivos brasileiros podem ser mais cuidadosos em relação aos ataques digitais, mas que não estamos necessariamente em tamanha desvantagem. E a sua empresa, está preparada? Trouxemos algumas informações que vão auxiliar a entender o panorama de riscos cibernéticos em seu negócio.

Por que a gestão de riscos cibernéticos importa para sua empresa?

A gestão de riscos cibernéticos impacta a sua empresa de diferentes formas, como:

  • Um ataque ou violação pode acarretar perda de dados, interrupção operacional, dano à reputação e custos elevados;
  • No Brasil, apesar de existirem menos estudos públicos que em mercados maduros, já se reconhece que empresas menores têm vulnerabilidades maiores, seja por falta de estrutura ou maturidade;
  • Demonstrar que você “faz a lição de casa” em segurança é, hoje, um diferencial competitivo, afinal, os clientes, parceiros e reguladores esperam isso.

Panorama atual do Brasil e vulnerabilidades-chave

Segundo dados do relatório Report on the State of IT for Small and Medium-Sized Businesses, 43% dos crimes digitais visaram empresas de menor porte nos Estados Unidos em 2024.

No Brasil, a realidade não é diferente. De acordo com o estudo “ O Impacto Econômico das Violações de Dados na Economia Nacional com foco nas PMEs”, divulgado pelo Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), 60% dos ataques cibernéticos são direcionados a empresas de pequeno porte. Justamente aquelas que carecem de estruturas capazes de proteger os dados.

Além disso, o estudo demonstra que 60% dessas empresas encerram as atividades em até 6 meses após o ataque sofrido. O que revela um impacto significativo dos riscos cibernéticos no cotidiano dos negócios.

Uma medida útil para minimizar esse impacto seria a contratação de seguro cibernético no Brasil. Tendo em vista que, a empresa estaria resguardada do impacto financeiro de um ataque, além de ser obrigada a cumprir uma série de medidas de proteção para que possa se enquadrar nos pré-requisitos necessários para assinar a apólice de seguro.

Diante disso, os negócios estariam melhor protegidos, minimizando os impactos financeiros de um ataque cibernético bem-sucedido.

Todavia, muitos empresários utilizam diariamente plataformas digitais para que possam garantir o pleno funcionamento de suas empresas, mas ao mesmo tempo, desconhecem a existência desse tipo de seguro.

Esses elementos revelam vulnerabilidades específicas:

  • Pequenas e médias empresas (PMEs) tendem a ter menos recursos para segurança estruturada;
  • Uso intenso de plataformas de nuvem e mobile, sem maturidade completa de controles;
  • Dependência de processos digitais críticos, como pagamentos via PIX, que ampliam a superfície de ataque;
  • Ameaças que não são apenas “grandes corporações”, mas atingem cadeia de fornecedores, parceiros e empresas menores.

 

Cinco passos práticos para fortalecer a segurança da informação em sua empresa

Toda empresa pode aplicar os seguintes 5 passos para elevar o nível de gestão de riscos cibernéticos, confira:

Passo 1: Identifique e mapeie seus ativos e riscos

  • Liste os ativos críticos: dados sensíveis, sistemas de produção, plataformas de clientes, conexões externas;
  • Avalie onde estão os pontos de vulnerabilidade: colaboradores remotos, acessos via cloud, fornecedores, dispositivos IoT;
  • Use frameworks: como NIST Cybersecurity Framework (2.0) e ISO 27001 para estruturar esse mapeamento;

Passo 2: Proteja — implemente controles e políticas de segurança

  • Defina políticas claras: uso de dispositivos pessoais, senhas, privilégios e acesso remoto, por exemplo;
  • Implemente controles técnicos: autenticação multifator (MFA), criptografia, backups regulares, segmentação de rede;
  • Treine colaboradores: para que não sejam o “elo fraco”;

Passo 3: Detecte, responda e recupere — os mecanismos operacionais

  • Adote monitoramento contínuo: logs, alertas, detecção de anomalias.
  • Plano de resposta a incidentes: defina quem aciona, quais são os passos, responsabilidades definidas;
  • Faça exercícios regulares: simulando ataque, para testar tempos de resposta e clareza de papéis.
  • Plano de recuperação: garanta que seus backups estão testados para viabilizar a continuidade de negócio;

Passo 4: Treinamento e conscientização de colaboradores

  • Programas de treinamento devem incluir: reconhecimento de links e anexos suspeitos, boas práticas de navegação, uso seguro de dispositivos pessoais e políticas de trabalho remoto.
  • Frequência ideal: o treinamento deve ser breve, relevante e cíclico;
  • Incentive cultura de segurança: “se você vir algo, reporte”, e destaque que segurança é tarefa de todos;
  • Pequenas empresas: podem ter programas mais simples e personalizados para seu tamanho e risco.

Passo 5: Governança, conformidade e melhoria contínua

Adote um framework como NIST 2.0 ou ISO 27001/27002 para estruturar a governança de segurança

  • NIST 2.0: Identificar → Proteger → Detectar → Responder → Recuperar → Governar.
  • ISO 27001/27002: padrão internacional, ajuda a demonstrar maturidade.

Mesmo que não busque certificação completa, usar os frameworks como guia é valioso. Afinal, mostra para o mercado que você tem práticas sistemáticas.

Onde entra o seguro cibernético e como ele se encaixa?

O seguro cibernético não é o ponto de partida, mas pode ser uma peça relevante dentro da estrutura de gestão de riscos.

É preciso implementar os controles, treinamentos, governança e planos de resposta, tendo consciência de que o seguro irá complementar a proteção, servindo como uma camada adicional de segurança.

Quando comunicar ao mercado que seu negócio tem seguro, isso transmite que “estou prevenido”, o que pode aumentar a confiança de clientes e parceiros.

Dicas de aplicação para PMEs e equipes enxutas

  • Não espere que tudo esteja “perfeito” para começar: defina prioridades e inicie pelo que é mais crítico;
  • Invista em ferramentas que cabem no orçamento: soluções baseadas em nuvem, serviços gerenciados e pacotes modulares.
  • Aproveite parcerias externas: empresas menores podem contratar serviços, consultorias e treinamentos compartilhados.
  • Monitore fornecedores e terceirizados: eles podem ser canais de vulnerabilidade;
  • Documente suas políticas e planos: mesmo algo simples já ajuda “Quem aciona se houver ataque?”, “Temos backup que funciona?”, “Treinamos equipe?”;
  • Revise anualmente (ou após mudança relevante): sistemas, processos e pessoal.

Gestão de riscos cibernéticos: segurança como disciplina contínua

Em resumo, investir em gestão de riscos cibernéticos não é mais opcional é parte integrante de qualquer negócio que utiliza o digital para operar, crescer ou atender clientes.
Para que sua empresa independentemente do tamanho esteja mais preparada, é preciso combinar: mapeamento de riscos, controles técnicos e políticas, monitoramento e resposta a incidentes, treinamento contínuo e governança estruturada.

O seguro cibernético aparece no momento certo como um componente de proteção adicional, mas não substitui a base de práticas que fortalecem sua resiliência.

Comece por onde pode, estabeleça metas de melhoria contínua e comunique esse esforço ao mercado: isso mostra que você está no controle e não à mercê dos cibercriminosos.


Comece por onde pode, estabeleça metas de melhoria contínua e comunique esse esforço ao mercado: isso mostra que você está no controle e não à mercê dos cibercriminosos.

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